Manuel da Fonseca (1911-1993): "Tejo que levas as águas"

Perguntas

Manuel da Fonseca (Até agora não encontrei nenhuma ligação na rede. Por isso, coloquei um artigo dum dicionárioem baixo nesta página. Cito apenas o que tem a ver com a poesia de Manuel da Fonseca.)

Fonseca, Manuel Dias da (15/10/1911, Santiago do Cacém - 11/3/1993, Lisboa) Veio para Lisboa fazer os estudos secundários. Colaborador de Afinidades (revista cultural luso-francesa, Faro, 1942-1946), Altitude (Coimbra 1939), Árvore, Cadernos da Juventude (Coimbra, 1937), A Capital. O Diabo. Diário (Suplemento Cultural), JL, Sol Nascente, Vértice, etc. Ligou-se, desde o início da sua actividade jornalística e literária, aos escritores do neo-realismo, sendo um dos primeiros poetas neo-realistas com a publicação em 1940, da colectânea intitulada Rosa dos ventos. Integra-se, com o segundo livro de poemas, Planície (1941), no grupo de escritores neo-realistas da colecção de poesia do Novo Cancioneiro, ao lado de Carlos de oliveira, Fernando Namora, Mário Dionísio, Joaquim Namorado e outros. É de notar desde então a limpidez das imagens, sem retórica ideológica (apesar de a ideologia lá estar, no interior da mensagem do poema), sugerindo todo um microcosmo único de beleza natural, a do Alentejo, e também de pequenas frustrações sociais quotidianamente sentidas, em segredo. Assim, por exemplo, no breve poema intitulado "Aldeia" o poeta limita-se a descrever em poucas e rigorosas palavras um espaço fechado («Nove casas, / duas ruas, / ao meio das ruas / um largo / um poço de água fria.») Um espaço em que a tensão dramática se exprime pelo próprio silêncio e a própria quietude, também eles rigorosamente descritos, na essencialidade da sua função simbólica: «Tudo isto tão parado / e o céu tõ baixo / que quando alguém grita para longe / um nome familiar / se assustam pombos bravos / e acordam ecos no descampado.» Outros poemas, mais narrativos, como o célebre «Mataram a tuna», originam-se no imaginário popular e têm o evidente sentido de um combate ideológico, sentido que, no entanto, nunca cede ao doutrinarismo ou ao regionalismo fáceis, antes apela ao que no homem é mais universal e intemporal: simplesmente a vontade de «fazer qualquer coisa de louco e heróico». Também na sua obra de ficção, este sentido rigoroso do drama de todos e de cada um no combate pela liberdade e a justiça social, paralelo ao sentido rigoroso do espaço que lhe dá forma, predomina, desenvolvendo-se desde a primeira colectânea de contos, Aldeia Nova (1942)(.......)

(Opplysningene er hentet fra Dicionário de Literatura Portuguesa. Organização e direcção por Álvaro Manuel Machado, Lisboa, Presença, 1996)

 

Vocabulário

de par em par på vidt gap
mágoas sorger
espanto redsel, terror
arrecadar holde fast, inneha, passe på
casebre hytte, rønne
amordaçado kneblet
viela smug
venal korrupt, prostituert, som kan kjøpes
empenho pantsetting
oco hul
lodo søle, slim
destroçado ødelagt, istykkerreven